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Consenso Brasileiro sobre Diagnóstico e Tratamento das Úlceras Crônicas de Perna

As úlceras crônicas dos membros inferiores são um problema de saúde significativo, afetando uma grande parcela da população adulta e gerando impactos sociais e econômicos relevantes. O correto diagnóstico e manejo dessas lesões são essenciais para promover uma evolução favorável e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.


A Importância do Diagnóstico Correto

As úlceras crônicas de perna são feridas que não cicatrizam dentro de um período de seis semanas e estão frequentemente associadas a doenças crônicas como insuficiência venosa, diabetes mellitus, doença arterial periférica e neuropatias. O artigo publicado pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, baseado em um consenso de especialistas, reforça que a identificação da causa subjacente é o primeiro passo para um tratamento eficaz.


Os principais tipos de úlceras crônicas abordados no consenso incluem:

  • Úlceras venosas: Resultantes da insuficiência venosa crônica, caracterizam-se por lesões na região do maléolo medial, bordas irregulares e presença de dermatite ocre ao redor.

  • Úlceras arteriais: Causadas por obstrução do fluxo sanguíneo arterial, ocorrem frequentemente em áreas de proeminência óssea e apresentam grande dor.

  • Úlceras neuropáticas: Comuns em pacientes diabéticos, ocorrem em locais de maior pressão plantar e apresentam bordas calosas.

  • Úlcera hipertensiva de Martorell: Uma condição menos conhecida, mas que se caracteriza por lesões necróticas extremamente dolorosas em pacientes com hipertensão arterial de longa data.


Manejo e Tratamento Baseados em Evidências

O artigo destaca que o tratamento das úlceras crônicas deve ser individualizado e baseado nas melhores evidências científicas disponíveis. Entre as principais abordagens, destacam-se:

  • Terapia compressiva: Considerada a primeira linha de tratamento para úlceras venosas, promove melhora da hemodinâmica venosa e acelera a cicatrização.

  • Revascularização: Essencial no tratamento das úlceras arteriais, buscando restaurar o fluxo sanguíneo para evitar amputações.

  • Manejo neuropático: Envolve o uso de palmilhas, calçados adaptados e desbastamento das calosidades para reduzir o risco de úlceras neuropáticas em diabéticos.

  • Controle da dor: O tratamento da dor é um desafio, especialmente nas úlceras arteriais e na úlcera hipertensiva de Martorell, exigindo uma abordagem multidisciplinar.

Além disso, o consenso destaca a importância do desbridamento adequado, uso de curativos avançados e, em casos selecionados, a oxigenoterapia hiperbárica como terapia adjuvante.


Conclusão

As úlceras crônicas de perna são uma condição complexa que exige um diagnóstico preciso e um tratamento multidisciplinar. O consenso da Sociedade Brasileira de Dermatologia fornece diretrizes baseadas em evidências para auxiliar profissionais da saúde no manejo dessas lesões, visando melhorar os desfechos clínicos e a qualidade de vida dos pacientes.


📌 Referência:Abbade LPF, Frade MAC, Pegas JRP, Dadalti-Granja P, Garcia LC, Bueno Filho R, Parenti CEF. Consensus on the diagnosis and management of chronic leg ulcers - Brazilian Society of Dermatology. An Bras Dermatol. 2020;95(S1):1-18. DOI: 10.1016/j.abd.2020.06.002.

 
 
 

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